quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia Mundial do Ambiente



O chefe Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, depois de o Governo norte-americano ter proposto a compra do território ocupado por aqueles índios, escreveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos em 1854.  
Esta, foi divulgada pela Unesco em 1976, aquando das comemorações do Dia Mundial do Ambiente.


"Como podereis comprar ou vender o céu? Como podereis comprar ou vender o calor da terra? A ideia parece-nos estranha. Se a frescura do ar e o murmúrio da água não nos pertencem, como
poderemos vendê-los?
Para o meu povo, não há um pedaço desta terra que não seja sagrado. Cada agulha de pinheiro cintilante, cada rio arenoso, cada
bruma ligeira no meio dos nossos bosques sombrios são sagrados para os olhos e memória do meu povo. A seiva que corre na árvore transporta nela a memória dos PelesVermelhas, cada clareira e cada insecto que zumbe é sagrado para a memória e para a consciência do meu povo. Fazemos parte da terra e ela faz parte de nós. Esta água cintilante que desce dos ribeiros e dos rios não é apenas água; é o sangue dos nossos antepassados.(...)"

sábado, 1 de junho de 2013

O restolho


A ceifeira


                                          “Ceifeira” de Silva Porto (1850-1893)


Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,

Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.

Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente ‘stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando!

Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência

Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro!
Tornai Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!

Ela Canta, Pobre Ceifeira, Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Meninos


Meninos jogando bilboqué,
Belmiro de Almeida (Brasil, 1858-1935)
Museu de Arte de São Paulo


Eu conheço dois meninos
que em tudo são diferentes.
Se um diz: “Dói-me o nariz!”
o outro diz: “Ai, meus dentes!”

Se um quer brincar em casa,
o outro foge para o monte;
e se este a casa regressa,
já o outro foi para a fonte.

É difícil conviver
com tanta contradição.
Quando um diz: “Oh, que calor! ”,
“Que frio!” - diz o irmão.

Mas quando a noitinha chega
com suas doces passadas,
pedem à mãe que lhes conte
histórias de Bruxas e Fadas.


E quando o sono esvoaça
por sobre o dia acabado,
dizem “Boa noite, mãe!”
e adormecem lado a lado.

Os dois irmãos, Maria Alberta Menéres 

Paula Rego

Paula Figueroa Rego nasceu a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa e está radicada em Inglaterra. É uma pintora portuguesa muito conhecida.



“As criadas” – 1987



“As Vivian Girls como moinhos de vento” - 1984


Júlio Pomar

É um pintor português e pertence à 3`.ª geração de pintores modernistas portugueses.





“ O banho turco” -  1971



“O almoço do trolha” – 1946

Júlio Resende

Júlio Martins da Silva Resende, foi um artista português e nasceu no Porto a 23 de outubro de 1917. 

http://www.lugardodesenho.org/002.aspx?dqa=0:0:0:29:8:20;8:-1:0:0




“Ribeira negra” - 1984